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Varicela, também conhecida no Brasil por catapora, é uma doença altamente contagiosa causada pela infeção inicial com o vírus varicela-zoster (VVZ). A doença provoca erupções cutâneas características na pele, a partir das quais se formam pequenas bolhas muito pruriginosas que ganham crosta. Tem geralmente início no peito, nas costas e na face, espalhando-se depois para o resto do corpo. Entre outros possíveis sintomas estão febre, fadiga e dores de cabeça. Os sintomas começam-se a manifestar entre dez a vinte e um dias após a exposição ao vírus e geralmente duram entre cinco a dez dias. As complicações podem incluir pneumonia, inflamação do cérebro e infeções da pele por bactérias. A doença é frequentemente mais grave em adultos do que em crianças.
A varicela é geralmente transmitida por via aérea, propagando-se facilmente através das gotículas produzidas pela tosse e espirros de uma pessoa infetada. A pessoa infetada é contagiosa desde um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea até que todas as lesões tenham ganho crosta. Pode também ser transmitida pelo contacto direto com as bolhas. As pessoas com zona podem transmitir varicela às pessoas que não estejam imunes através de contacto com as lesões. O diagnóstico da doença geralmente baseia-se nos sintomas. Em casos pouco comuns, pode ser confirmado com um exame da reação em cadeia da polimerase (RCP) do líquido das bolhas. Pode ainda ser realizado um exame aos anticorpos no sangue para determinar se a pessoa é ou não imune. Geralmente as pessoas só desenvolvem a doença uma vez na vida. Embora possam ocorrer novas infeções, estas reinfeções geralmente não causam quaisquer sintomas.
A vacina contra a varicela esteve na origem de uma diminuição acentuada do número de casos e complicações da doença. A vacina protege da doença entre 70 e 90% das pessoas, com maior benefício para os casos mais graves. Muitos países recomendam a vacinação de rotina das crianças. A vacinação no prazo de três dias após a exposição pode melhorar o prognóstico em crianças. O tratamento de pessoas infetadas consiste em pomada de calamina para diminuir a comichão, em manter as unhas cortadas para diminuir as lesões provocadas ao coçar e na administração de paracetamol para diminuir a febre. Nos grupos em maior risco de complicações, está recomendada a administração de antivirais como o aciclovir.
A varicela ocorre em todas as partes do mundo. Em 2013 ocorreram 140 milhões de casos de varicela e de herpes zoster em todo o mundo. Antes da vacinação de rotina, o número de casos anuais era semelhante ao número de pessoas nascidas nesse ano. Desde a introdução da vacina, o número de infeções diminuiu 90%. Um em cada 60 000 casos resulta em morte. Em 2015 a varicela causou 6400 mortes em todo o mundo, uma diminuição em relação às 8900 em 1990. Até ao fim do século XIX, a varicela e a varíola eram consideradas a mesma doença. Foi em 1888 que se concluiu estar associada à herpes zoster.